Desenho da capa e ilustração interior de João Carlos Azevedo.
Ilustração interior _ Almas de Fogo
visado
St.Esteban de Gormaz _Espanha
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Livro Almas de Fogo
Desenho da capa e ilustração interior de João Carlos Azevedo.
sábado, 20 de março de 2010
declinio social torna-se num fenomeno de desenvolvimento
"A transformação radical que tem experimentado o mercado de trabalho instalando uma lógica da desigualdade na cidade contemporânea, onde se verifica a existência de um fosso que se vem constituindo cada vez maior, deambulando na ambivalência entre os ricos e uma classe média alta constituída por profissionais da economia baseada no saber, vivendo em condomínios privados ou em zonas finas das cidades então recuperadas, e um resto da classe média cada vez mais alienada, empurrada para os subúrbios, incapaz de comprar casa na cidade e obrigada a admitir uma série de constrangimentos para chegar ao trabalho, sem grandes esperanças relativamente à melhoria real do seu nível de vida.
Sendo um facto, apesar de toda a pujança das cidades e da importância do trabalho para o operário na garantia do seu financiamento, a maior parte deles residem entalados em apartamentos de baixo custo, em bairros ultra degradados, demonstrando uma realidade em que a polarização social é intrínseca à ordem tardo capitalista, onde os trabalhos a troco de baixos salários são chaves para o crescimento económico, transformando-se numa economia que concebe população mal paga, numa vastidão de serviços inerentes.
O que seria de Chicago sem os milhares de mexicanos que se ocupam da limpeza, a segurança ou as tarefas domésticas? O que seria de Paris sem os milhares de magrebinos que se ocupam dos jardins, das lavandarias ou dos supermercados? O que seria de Lisboa sem os africanos e os brasileiros?
Este papel alcançou um crescente protagonismo diante de várias décadas de globalização que propagaram desigualdades sociais desconhecidas no ocidente desde o final da II Grande Guerra. Desigualdades sociais que se materializam no espaço urbano cuja análise deu origem ao conceito de Cidade Dual, sendo esta entendida por uma manifestação contemporânea de uma estrutura urbana social e economicamente polarizada."
quarta-feira, 17 de março de 2010
por aí...
CONFERÊNCIAS E SEMINÁRIOS
Fevereiro de 2010: Participei na conferência " I love beginnings" que decorreu no Museu nacional Soares do Reis, promovida pela Projecta Futuro.
Outubro de 2009: Participei no II congresso concreta “REABILITAR.HABITAR” que decorreu na exponor.
Outubro de 2009: Participei no seminário de ” Eficiência Energética em Edifícios Soluções para a Construção e Reabilitação” que decorreu na exponor promovida pela APCMC – Associação portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção.
Maio de 2009: Participei nas “Jornadas de Território Cidade e Design”, promovido pelo CITAD e pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto - FAAULP;
Maio de 2008: Participei no ciclo de conversas sobre Arquitectura, denominado “dão-se explicações 09”, promovido pelo Núcleo de Arquitectos de Aveiro – NAAV;
Abril de 2009: Participei na conferência: “em trânsito´ #22/ o que aprendi com a arquitectura?”, dinamizado por Álvaro Siza Vieira e promovido pela Ordem dos Arquitectos – OASRN;
Março de 2009: Participei na conferência de aniversário Darco Magazine, dinamizado pelo atelier Aires Mateus e Associados, promovido pela Revista Darco Magazine e Ordens dos Arquitectos – OASRN;
Dezembro de 2008: Participei no ciclo de conferências DEPARA, promovida pela Darco Mazine e apoiada pelo Projecto Casa e pela Ordem dos Arquitectos – OASRN;
Dezembro de 2008: Participei no ciclo de conversas sobre Arquitectura, denominado “dão-se explicações 08” – Ciclo IV, promovido pelo Núcleo de Arquitectos de Aveiro – NAAV;
Novembro de 2008: Participei no ciclo de conversas sobre Arquitectura, denominado “dão-se explicações 08” – Ciclo III, promovido pelo Núcleo de Arquitectos de Aveiro – NAAV;
Novembro de 2008: Participei no seminário internacional Berlim: “Reconstrução crítica”, promovida pelo Círco de Ideias;
Novembro de 2008: Participei no ciclo de conversas sobre Arquitectura, denominado “dão-se explicações 08” – Ciclo II, promovido pelo Núcleo de Arquitectos de Aveiro – NAAV;
Outubro de 2008: Participou no “Congresso de Arquitectura Sustentável”, pela Universidade de Aveiro e Núcleo de Arquitectos de Aveiro – NAAV;
Junho de 2008: Participei nas “Jornadas de Território Cidade e Design”, promovido Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto - FAAULP;
Maio de 2007: Participei nas “Jornadas de Arquitectura e Design”, promovido pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto;
Maio de 2006: Participei no congresso “do projecto ao objecto”, promovidos pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto;
sexta-feira, 5 de março de 2010
Comunidades Fechadas_Cidades Moribundas
VÁSQUEZ, Carlos Garcia - Comunidades Fechadas, Cidades Moribundas, In Jornal dos Arquitectos, Lisboa: Ordem dos Arquitectos, Nº228 (2007) p.21
Reflexão:
-A obsessão pela segurança:
Resultado de uma polarização social procriada em grande parte pela globalização e pela nova verdade a ela inerente, em que a penúria se converte em algo complementar ao desenvolvimento económico. Esta situação exerce significativa influência sobre as cidades, sendo a convivência entre diferentes grupos sociais inevitável, originando um clima de insegurança, que, por sua vez, conduz as pessoas ao isolamento.
-Uma nova geração de subúrbio:
Joel Garreau foi o mentor de um termo que define este tipo de subúrbio: "edge cities"(cidades periféricas) que se exprimem por se tratar de comunidades totalmente autónomas na periferia das grandes cidades. Muitas vezes promovidas por empresas de ponta, estas comunidades contêm todo o tipo de infra-estruturas que uma cidade normalmente oferece.
-A desregulamentação urbanística:
As grandes oscilações do mercado imobiliário dentro das grandes cidades levam os investidores a procurar investimentos mais seguros. Promovendo estas comunidades fechadas e beneficiando de uma carência de poderes públicos que conduzem a uma fraca regulamentação, estes aventureiros criam as suas próprias regras dentro das suas comunidades, numa tentativa de afiançar os seus investimentos.
Tal fenómeno das comunidades fechadas vira as costas ao urbanismo. A fragmentação do tecido urbano em varias parcelas independentes ou autónomas , é como uma renuncia a um conceito global que deve estar presente num plano urbanístico. Eliminando a questão da obsessão pela segurança, e pensando numa escala mais pequena, a cidade do Porto começa a apresentar algumas das características deste fenómeno. Cada vez mais nos confrontamos com um afluxo dos habitantes para as cidades periféricas em busca de alguns dos parâmetros acima mencionados, particularmente a especulação imobiliária e a busca de uma melhor qualidade de vida, mediante valores mais apetecíveis. Cidades como a Maia, Gaia, Gondomar (etc...), estão a converter-se nas "edge cities" do Porto. Apesar de se tratar de um exemplo que numa primeira analise nos pode parecer desligado do nosso trabalho, a ideia por detrás de todo este fenómeno pode ser aplicada no nossos projectos que vamos encarar futuramente.
Questão?
Optar por um caminho democrático, em que a nossa proposta se torna um elemento que promove a continuidade de um plano mais abrangente da cidade, abrindo-se para esta e fazendo parte dela, ou por outro lado, a hipótese de criar um espaço fechado de costas voltadas para o resto da cidade, pensando apenas nos seus futuros utilizadores e abstraindo-se de toda a sua envolvente! Qual o caminho?
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Mosteiro de Samos _ Província de Lugo _ Espanha
ps: vale a pena visitar...
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Composição Urbana_Espinho
Imaginando que...
A pluralidade das pessoas comete o equívoco de pensar que arquitectura é a aparência...
pensam que é esse o seu brilho, e que aos arquitectos é apenas entregue esta caixa e dito: "FAÇA BONITO"...
Tal caso não poderá ser arquitectura...
não é só o que aparece e sente.
Arquitectura é também como funciona e se cogita.
joaoacarlosazevedo
Esquisito...
Esquisito...
é esquisito ver a prontidão com que a critica académica repudia algumas figuras e engrandece outras.
Robert Venturi e Denise Scott-Brown foram rapidamente varridos das escolas e, quanto muito, são tratados já como historia, enquanto novas figuras são rapidamente aclamados pela critica, como a dupla de arquitectos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meroun.
Essa constatação não esta fundada em um sentimento nostálgico - pelo menos ficamos livres das muitas incoerências e falácias do pós-modernismo , nem tão pouco critico de Herzog e de Meuron, que possuem umas das mais solidas obras da contemporaneidade...
joaocarlosazevedo
Projecto I _Unidades de Habitação Colectiva_Porto
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Projecto II _Centro de Cirurgia de Ambulatório_Espinho
Recensão Escrita _Octavio Lixa Filgueiras_Função Social do Arquitecto
Recensão escrita
Obra: Função Social do Arquitecto
De: Octavio Lixa Filgueiras
Introdução ao tema da responsabilidade social:
O tema da responsabilidade social, de uma forma global é e sempre será de um conteúdo desconfortável seja ele inerente a uma época ou exercício em questão, e insere-se, de uma forma mais particular, no desalento a que dá origem, no atravessar de uma época de mudança, em que alguns parâmetros propõem-se de uma forma astuta e liberta, através de um exercício metódico e espontâneo que se vem assumindo de uma forma arrebatadora e criativamente seminal.
“ O supor ou fingir que se supõe, que os problemas da função e da responsabilidade social do arquitecto se deixaram de colocar por imperativos de uma tomada de consciência arquitectónica da arquitectura, constitui apenas um recurso oportunista de circunstância, a que nem sequer a relativa generalidade de atitude, dá qualquer crédito.”
Pedro Vieira de Almeida
Julgo que o maior problema de carácter social do arquitecto, enquanto ser activista ou incitador de uma função que também se quer de carácter social, não passa pela sua responsabilidade social, mas antes pelo contrário, põe-se na sua (ir) responsabilidade no exercício e estudo da arquitectura. Contudo, Octávio Lixa Filgueiras, não nos remete para a sua marginalização, estabelecendo um conceito que pudesse deixar de ser funcional no exercício, mas sim na sua integração cada vez mais intimista, não só no estudo e exercício da prática de projectar, mas também na sua própria linguagem projectual.
A obra:
Octávio Lixa Filgueiras inicialmente elucida a importância de uma dissertação na vida de um estudante de arquitectura, e todo o seu desenvolvimento implícito, retratando-o como um reiniciar neste meio. Reitera ainda a ideia de que uma dissertação deve ser desenvolvida como um decorrer de uma conversa com a mesma espontaneidade de uma conversa inesperada, como um desenrolar de questões, interesses, teorias inerentes à motivação, atitudes na actividade profissional após a sua formação e passagem para um novo mundo, um mundo que se afigura repleto de responsabilidades acrescidas, emergindo problemas, sendo crucial a capacidade de resolução dos mesmos, tendo como base os princípios que garantem a subsistência dos valores sociais e profissionais.
Passando a ideia de que a dissertação não é um tratado, não é um livro, Lixa Felgueiras dirige os seus fundamentos especificamente à formação dos arquitectos, à sua vida, à nascença da mentalidade, às responsabilidades perante o mundo que precisamos de conhecer para compreender.
No decorrer da sua abordagem, o arquitecto não se limita apenas à execução, pois tem que ter a percepção do mundo, bem como da principal espécie que o compõe, o individuo como ser social e cultural, na política e no quotidiano, pois tudo isto influencia o arquitecto na hora de tomar decisões.
“ A herança que o arquitecto deixa para futuras gerações.”
Todo o criador de arte deixa a sua pegada enquanto símbolo do seu movimento, a sua herança, não mais que o arquitecto, pois as suas peças de arte influenciam uma sociedade, a vida quotidiana, culturas, o mundo.
“O arquitecto tem que abranger uma conquista cultural para assim beneficiar e criar uma marca de autenticidade no trabalho”.
A arquitectura necessita sugar conhecimento para fomentar obras de arte, assim, o arquitecto tem de ser visto como um indivíduo, que nasce, vive e evolui inserido num determinado contexto social, e através disto terá de procurar novas realidades, novas vivências, novas culturas, de forma a conquistar uma determinada bagagem, suficientemente eclética que lhe permitirá pensar, agir e criar sua própria metodologia de forma a poder exercitar a sua função.
As ciências, a lógica, formas de pensamento aparecem e admitem-se na época clássica, desde então que a arquitectura é admitida como arquitectura, e o operário do desenho e da construção é admitido arquitecto, mestre de uma ciência. Desde então, o arquitecto assume-se como uma peça relevante numa sociedade e estabelece a sua posição, tentando dar mais-valias à mesma, em consequência à sua ciência, a arquitectura, na sua forma genuína de pensar que marcou a história, ou seja, operacionalizando-se o pensamento e lógicas que o arquitecto adoptou ao longo da história.
O surgimento da arquitectura moderna identifica-se com a pressão e com a consciência do problema urbanístico e social. Todo o arquitecto pode ser urbanista, podendo construir edifícios à escala de cidade, como todo o arquitecto pode construir cidade à escala de um edifício.
A arquitectura é então a ciência de sensibilidade, já que, para fazer arquitectura, é preciso perceber a sociedade, o mundo e toda a sua dinâmica.
Utilidade Social do arquitecto:
A utilidade social do arquitecto na sociedade é hoje adulterada pelo condicionalismo socioeconómico em que a sua actividade se insere, e, por esse facto, cada vez mais se questiona sobre a sua rentabilidade social, indagando-se sobre a sua função. Pessoalmente, e sugando a mensagem pelo autor transmitida, entendendo a arquitectura como uma modelação de espaços praticáveis que visam ser usufruídas pelas sociedades, não podendo, sob a sombra de qualquer manifestação de insipiência, ser considerada um luxo, desde que se situa numa relação dialéctica e intimista com a realidade social.
Tradutor
Acerca de mim
- joao carlos azevedo
- Maia, Porto, Portugal
- A frequentar o mestrado integrado de Curso de Arquitectura, na Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto.