Ilustração interior _ Almas de Fogo

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St.Esteban de Gormaz _Espanha

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Comunidades Fechadas_Cidades Moribundas

"( As comunidades fechadas nos Estados Unidos) estão a criar uma crise na base formal sobre a qual assentava a cidade tradicional, já que estão a acabar com a continuidade física dos tecidos urbanos. Os espaços públicos das comunidades fechadas são segregados do resto da cidade e consagrados ao uso exclusivo dos seus acomodados residentes."

VÁSQUEZ, Carlos Garcia - Comunidades Fechadas, Cidades Moribundas, In Jornal dos Arquitectos, Lisboa: Ordem dos Arquitectos, Nº228 (2007) p.21


Reflexão:

-A obsessão pela segurança:


Resultado de uma polarização social procriada em grande parte pela globalização e pela nova verdade a ela inerente, em que a penúria se converte em algo complementar ao desenvolvimento económico. Esta situação exerce significativa influência sobre as cidades, sendo a convivência entre diferentes grupos sociais inevitável, originando um clima de insegurança, que, por sua vez, conduz as pessoas ao isolamento.


-Uma nova geração de subúrbio:

Joel Garreau foi o mentor de um termo que define este tipo de subúrbio: "edge cities"(cidades periféricas) que se exprimem por se tratar de comunidades totalmente autónomas na periferia das grandes cidades. Muitas vezes promovidas por empresas de ponta, estas comunidades contêm todo o tipo de infra-estruturas que uma cidade normalmente oferece.

-A desregulamentação urbanística:

As grandes oscilações do mercado imobiliário dentro das grandes cidades levam os investidores a procurar investimentos mais seguros. Promovendo estas comunidades fechadas e beneficiando de uma carência de poderes públicos que conduzem a uma fraca regulamentação, estes aventureiros criam as suas próprias regras dentro das suas comunidades, numa tentativa de afiançar os seus investimentos.
Tal fenómeno das comunidades fechadas vira as costas ao urbanismo. A fragmentação do tecido urbano em varias parcelas independentes ou autónomas , é como uma renuncia a um conceito global que deve estar presente num plano urbanístico. Eliminando a questão da obsessão pela segurança, e pensando numa escala mais pequena, a cidade do Porto começa a apresentar algumas das características deste fenómeno. Cada vez mais nos confrontamos com um afluxo dos habitantes para as cidades periféricas em busca de alguns dos parâmetros acima mencionados, particularmente a especulação imobiliária e a busca de uma melhor qualidade de vida, mediante valores mais apetecíveis. Cidades como a Maia, Gaia, Gondomar (etc...), estão a converter-se nas "edge cities" do Porto. Apesar de se tratar de um exemplo que numa primeira analise nos pode parecer desligado do nosso trabalho, a ideia por detrás de todo este fenómeno pode ser aplicada no nossos projectos que vamos encarar futuramente.

Questão?

Optar por um caminho democrático, em que a nossa proposta se torna um elemento que promove a continuidade de um plano mais abrangente da cidade, abrindo-se para esta e fazendo parte dela, ou por outro lado, a hipótese de criar um espaço fechado de costas voltadas para o resto da cidade, pensando apenas nos seus futuros utilizadores e abstraindo-se de toda a sua envolvente! Qual o caminho?


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Acerca de mim

Maia, Porto, Portugal
A frequentar o mestrado integrado de Curso de Arquitectura, na Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto.

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